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Educação STEM para meninas?

Atualizado: 19 de set. de 2023

Apesar dos avanços das últimas décadas, a desigualdade entre meninos e meninas nos campos científicos ainda é grande e as instituições de ensino desempenham um papel central nesta questão. A disparidade entre homens e mulheres em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês) é um fenômeno observado em todo o mundo. No entanto, essa disparidade não está relacionada à capacidade intelectual de cada gênero, mas sim ao reforço de estereótipos presentes na criação e no desenvolvimento das meninas.


De acordo com um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), há uma série de fatores que contribuem para essa disparidade. Esses fatores incluem tanto questões individuais quanto interações sociais e processos de socialização no ambiente familiar, escolar e na sociedade em geral. A presença majoritária de homens nessas áreas faz com que as carreiras em STEM não sejam consideradas apropriadas para as meninas. Como resultado, as meninas tendem a crescer acreditando que STEM não é para elas e que não é um campo adequado.


As diferenças de gênero na participação em STEM já se manifestam desde a educação infantil e se tornam ainda mais evidentes nos níveis de ensino mais avançados. O interesse das meninas por STEM diminui com a idade, e isso pode ser observado nos estudos avançados do ensino fundamental e médio. Por exemplo, no Brasil, o Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), realizado pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação, revelou que as meninas têm um desempenho melhor que os meninos em Matemática no 4º ano do Ensino Fundamental, mas no 7º ano do Ensino Fundamental, os meninos passam a ter um desempenho superior.


Um dos principais fatores que contribuem para essa disparidade é a falta de modelos femininos de destaque nessas carreiras, tanto na mídia quanto nas escolas. As meninas tendem a acreditar que não são tão boas em STEM quanto os meninos, e isso se torna um estereótipo arraigado. Além disso, o comportamento dos professores e o currículo escolar muitas vezes reforçam esses estereótipos, ao invés de quebrá-los. Portanto, é importante que as escolas desempenhem um papel ativo na mudança da percepção das meninas em relação a STEM.


As escolas podem desempenhar um papel fundamental na promoção do interesse das meninas em disciplinas de STEM, bem como na oferta de oportunidades igualitárias para que elas possam se beneficiar de uma educação de qualidade nessas áreas. Os educadores, os materiais de aprendizagem, os métodos de ensino, o ambiente de aprendizagem e o processo de socialização na escola são todos fatores essenciais para garantir o interesse e o envolvimento das meninas nos estudos e, consequentemente, nas carreiras de STEM.


Segundo o relatório da Unesco, os currículos equilibrados em termos de gênero e que levam em consideração os interesses das meninas podem ajudar a aumentar o interesse delas nas áreas de exatas. É importante relacionar conceitos abstratos com situações da vida real para tornar o aprendizado mais relevante para as meninas. Além disso, atividades práticas, como aquelas realizadas em laboratórios, podem aumentar o interesse das meninas por STEM.


Um exemplo positivo disso é o aumento do interesse das meninas pela programação após receberem aulas com o BBC micro:bit. Desde sua criação em 2016, houve um aumento de 45% no número de meninas que afirmaram que definitivamente escolheriam a computação como carreira depois de usar a placa programável, de acordo com dados da Fundação micro:bit coletados em escolas inglesas. Iniciativas como essa mostram que é possível inspirar as meninas a se interessarem por STEM por meio de abordagens pedagógicas adequadas.


É importante que as escolas se preocupem com esse assunto porque, com o papel cada vez mais importante das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nos campos de STEM, é necessário garantar a participação igualitária das mulheres para promover a diversidade e o avanço nessas áreas. Além disso, a inclusão de mulheres na ciência e na tecnologia traz perspectivas e abordagens diferentes, enriquecendo o campo e contribuindo para soluções mais abrangentes e inovadoras.


Existem várias estratégias que as escolas podem adotar para promover a igualdade de gênero em STEM:


1. Mudança de estereótipos: É importante desafiar estereótipos de gênero e promover a ideia de que meninas são tão capazes quanto meninos em STEM. Isso pode ser feito por meio de atividades que mostrem exemplos de mulheres bem-sucedidas nessas áreas, além de oferecer oportunidades de mentoria e orientação para as meninas.


2. Currículo inclusivo: Os currículos devem ser planejados de forma a tornar as disciplinas de STEM mais atraentes e relevantes para as meninas. Isso pode ser feito por meio da incorporação de exemplos do cotidiano, conexões com problemas reais e a promoção de projetos práticos que mostrem a aplicação desses conceitos.


3. Equidade na sala de aula: Professores e educadores devem promover um ambiente inclusivo e igualitário na sala de aula, garantindo que meninas sejam encorajadas a participar ativamente e que suas contribuições sejam valorizadas. Também é importante evitar o viés de gênero nas interações e no tratamento dos estudantes.


4. Apoio e recursos: As escolas devem fornecer recursos adequados para o ensino de STEM, incluindo materiais didáticos atualizados, laboratórios bem equipados e acesso a tecnologias relevantes. Além disso, é importante oferecer apoio adicional, como clubes extracurriculares, programas de tutoria e oportunidades de estágio, para que as meninas possam se envolver mais profundamente nessas áreas.


5. Parcerias com a indústria e instituições de pesquisa: Estabelecer parcerias com empresas e organizações que atuam em STEM pode proporcionar às meninas a oportunidade de conhecer profissionais e pesquisadores em ação, além de participar de atividades práticas e projetos colaborativos.


6. Conscientização e engajamento dos pais: Envolver os pais e responsáveis no processo de educação em STEM é fundamental. É importante informá-los sobre a importância da igualdade de gênero nessas áreas e fornecer recursos e orientações para apoiar o interesse e a participação das meninas.


Em resumo, para promover a igualdade de gênero em STEM, as escolas desempenham um papel crucial na mudança de percepções e atitudes em relação às carreiras científicas e tecnológicas. Ao adotar estratégias inclusivas, oferecer oportunidades adequadas e criar um ambiente de apoio, as escolas podem ajudar a inspirar e capacitar as meninas a perseguirem seus interesses em STEM e a superarem as barreiras existentes. Você pode conferir o relatório completo da Unesco aqui.



 
 
 

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